UNRWA/ Fotos Públicas - 30/01/2014
A Síria é dividida em três frentes: os apoiadores de Bashar al-Assad, os rebeldes e os membros do Estado Islâmico
Antes de bombardear uma base militar na Síria, nesta quinta-feira (6), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sustentava um discurso de que o líder sírio Bashar al-Assad era considerado um aliado da coalisão internacional na luta contra o Estado Islâmico. Hoje, porém, após o bombardeio, tal aliança parece ter enfraquecido.
Mas, afinal, se beneficiaria de uma possível queda do ditador na Síria? Um jornalista da rede norte-americana de televisão CNN defende que tal cenário seria útil para a ação do grupo terrorista e que, portanto, o recente ataque de Trump seria, indiretamente, uma ajuda dos Estados Unidos ao Estado Islâmico .
"Estamos dizendo agora que estamos contra Assad? Queremos fortalecer o EI? Queremos que o regime de Assad caia? Em caso afirmativo, estamos dispostos a nos comprometer com esse objetivo?", perguntou o âncora da CNN, Fareed Zakaria, durante a transmissão do ocorrido na noite desta quinta.
"Há um perigo de que, efetivamente, estejamos atuando como força aérea do EI. Porque qualquer coisa que enfraqueça Assad – mesmo que em um sentido estratégico na Síria – fortalece o EI", disse Zakaria. "Eles são os dois principais jogadores no terreno", afirmou.
Falta estratégia
Embora tenha questionado a atuação da força militar norte-americana, o jornalista declarou que concorda que Assad mereça retaliações por conta do ataque químico na Síria.
No entanto, acredita que, ao assumir o papel de "líder moral" com a força militar, os Estados Unidos não estejam trabalhando com estratégia.
"Podemos, de alguma forma, fazer Assad pagar algum tipo de preço por isso [ataque químico]. Isso faz com que todos sintamos que os Estados Unidos estão, de certo modo, reafirmando seu papel como líderes morais", salientou.
"Mas o estrategista militar Samuel Huntington costumava dizer que 'a força militar não é um bom instrumento de comunicação, é um instrumento de compelência'", disse. "Como estratégia, você precisa querer que o outro lado faça alguma coisa. Qual é a nossa estratégia política?", perguntou.
O Estado Islâmico domina geograficamente regiões da Síria e do Iraque, com a presença de mais de 25 mil membros do grupo terrorista nessas regiões. Na Síria, porém, uma guerra civil de anos, entre apoiadores de Assad e rebeldes agrava a situação e faz ainda mais vítimas entre os civis.
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